Autocompaixão, você a cultiva?

Autocompaixão, você a cultiva?

Autocompaixão, você a cultiva?

Autocompaixão, a consequência da autoestima

A compaixão é a capacidade de sentir conscientemente a natureza do sofrimento no outro, é poder acolhê-lo, ampliando o processo da compreensão e transformação das situações.

A maioria de nós tem uma voz muito insistente, cruel e julgadora sobre os outros e principalmente sobre nós mesmos. Uma tendência profunda de olhar pelo viés negativo e crítico. Assim, desenvolvemos irritações, raiva, resistências, reatividades e aversões em função de uma percepção limitada e encurtada de quem realmente somos nós, do que é esta existência, a humanidade e as suas relações.

Estas posturas criam muitos desconfortos em nossas vidas e nos impedem de caminhar na autorrealização e vivermos num campo de potencialidade pura e infinita.

A compaixão surge como uma ferramenta poderosa de transcender estas dificuldades e limitações da expressão verdadeira de quem somos, de quem são os outros e das relações intersociais.

O desenvolvimento da compaixão implica na ampliação da percepção de uma humanidade compartilhada e interdependente. Implica em perceber que precisamos ter a humildade em saber que somos mais uma das milhares de espécies existentes deste planeta terra, a espécie humana.

A origem da palavra compaixão vem do alemão (mitleid) que se traduz em “com sofrimento”.

“Somos todos um…”

Compaixão = com sofrimento

Autocompaixão, você a cultiva?A compaixão é a capacidade de sentir conscientemente a natureza do sofrimento no outro, é poder acolhê-lo, e assim, ampliar o processo da compreensão e transformação da situação, porém sem a expectativa de resultados determinados.

Todos sabemos o que se passa neste mundo moderno: a competição, as ambições e frustrações, a extraordinária brutalidade, o ódio e a violência decorrentes do conflito de poder, ganância, fama e matéria.

Em um mundo de tal violência, ódio e brutalidade como o atual, uma palavra como compaixão e seu significado emocional tem muito pouca importância no contexto atual de sociedade. Porém, mais do que nunca, estamos pagando o alto preço da falta de amor e compaixão pelo planeta e pela humanidade.

O caminho do amor, através da qualidade de presença amorosa, é uma grande oportunidade para o desenvolvimento da compaixão. A compaixão é um estado evoluído do amor.

“O amor e a compaixão são uma necessidade, sem elas a humanidade não pode sobreviver…”

Dalai Lama

Como você trata a si mesmo? A dificuldade de olhar amorosamente para si

Autocompaixão, você a cultiva?Estudos demonstram que pelo menos 80% das pessoas que foram pesquisadas são muito mais amorosas, bondosas, pacientes e compassivas com o outro do que consigo próprias. Não há praticamente ninguém mais, que tratamos com tanto descaso e desconsideração, quanto a nós mesmos.

Somos, muitas vezes, o nosso pior inimigo: aquele que se julga, se critica, se abandona e é cruel consigo. Tentamos ser o que não somos, buscando realizações e resultados sem sentido, almejando a “tal felicidade” que não passa de desejos momentâneos e descartáveis.

Assista também a live, ocorrida em 12 de novembro: Desejo x Vontade.

Muitas vezes quando estamos sozinhos, nos sentindo improdutivos, “sem importância” na concretização de resultados, ou quando temos um projeto ou um sonho que não acontece como gostaríamos, ou também, quando estamos vivendo alguma situação de desconforto físico, mental ou emocional em grande escala, temos uma grande tendência de nos acharmos insignificantes, improdutivos e incapazes e a vida vai ficando sem sentido e propósito.

Nestes momentos específicos, a nossa voz interna é cruel e algoz e surge com autojulgamentos e autocriticas impiedosas e a chance de mergulharmos na autossabotagem ou autopiedade é enorme. Veja também o artigo Autossabotagem e automatismo.

Olhar amorosamente para si, com compreensão, delicadeza e aceitação é um caminho fundamental para o desenvolvimento da autocompaixão. Esse sentimento é o despertar interior do reconhecimento de nossa condição humana de imperfeição, vulnerabilidade e fragilidade que caso não a aceitemos, gera o sofrimento.

“Só podemos realmente amar, se realmente conhecemos o objeto do amor…”

A autocompaixão deriva da prática do autoconhecimento e da autorresponsabilidade, e quando cultivada e exercida principalmente em momentos de muitas dores e desconfortos, possibilita o desenvolvimento do amor próprio e da autoestima.

Só podemos realmente nos amar, se nos conhecermos, por isso, o autoconhecimento. Caso contrário, estou amando uma projeção em relação ao outro, ou uma projeção de quem eu deveria ser, mas não sou.

A autocompaixão envolve:

  • Autobondade – compreender a si mesmo, sem se julgar negativamente;
  • Senso de humanidade – perceber que todo ser humano também sofre;
  • Observação desapegada – não ignorar o desconforto, mas também não aumentá-lo.

“Quando você tem sua mente umedecida com amor, você pode começar a meditar sobre a compaixão… “

Dalai Lama

Como você trata a si mesmo?

Perguntas fundamentais para refletir:

  • Que tipo de situações fazem com que você se julgue ou se critique?
    Relacionamentos, carreira, corpo, família, amigos, bens materiais.
  • Que tipo de comunicação você usa para se comunicar consigo próprio quando você nota uma falha ou erro que você causou? Você se insulta, se julga? Ou é compreensivo e amoroso consigo?
  • Você tende a ser carregado pelo drama de uma situação difícil, de modo a deixar a situação até mais complicada do que realmente é, ou, tende a manter a situação de uma forma realista e equilibrada?
  • Como você se sentiria se pudesse se aceitar verdadeiramente como é?
    Você se sentiria com medo, ansioso? ou com amor e vibração?

A falta da compaixão e da autocompaixão resulta em uma vida automatizada e condicionada por mentes mecânicas, semelhantes a computadores, que foram meramente treinadas para executar certas funções. Continuaremos buscando segurança, tanto física quanto psicológica e emocional, cada vez mais egocentrados e separados de tudo e de todos e perderemos a extraordinária profundidade, sutileza e beleza de viver plenamente esta vida sagrada e única.

Benefícios da prática da autocompaixão, segundo a Neurociência:

  • Diminuição do stress;
  • Melhora da imunidade;
  • Melhora nos relacionamentos interpessoais;
  • Compreensão da vulnerabilidade;
  • Aceitação do que está se passando no momento.

Experimente!!

Traga a qualidade de atenção amorosa para si e para os demais e perceba as diferenças em sua vida…

“Se a sua compaixão não inclui a si mesmo, ela é incompleta…”
Buda

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