Autossabotagem e automatismo

Autossabotagem e automatismo

Autossabotagem e automatismo

Autossabotagem: como se livrar dela e parar de viver no automático?

A Autossabotagem é um comportamento inconsciente que parte de uma percepção equivocada de autoengano e de momentos de autoabandono e autoesquecimento de quem realmente nós somos.

A maioria das pessoas sabotam a si mesmas porque preferem ficar na autoimagem que já tem construída de si, uma falsa identidade. Preferem sustentar a crença, pré-estabelecida e acomodada, do que é a vida conceitualmente. Optam pela forma “certa” de viver e se expressar, mesmo que isso implique num viver rotineiro, entediante, sem vibração e alegria, porém com mais segurança, estabilidade e algum controle.

Quando ficamos vivendo na inconsciência, a chance é muito grande de repetirmos padrões que aprendemos em nossa infância. Assim, as repetições de pensamentos, emoções, hábitos e posturas tornam-se uma prática constante no decorrer da vida e o futuro só repete o passado. Vale destacar que viver na ignorância, não nos fará desfrutar de uma vida sem sofrimentos.

“Sofremos, não por que nos identificamos com o que realmente somos, mas nos identificamos com o que não somos, as nossas fantasias e ilusões.”
Upanishads

Exemplos de posturas autossabotadoras:

  • Frequentemente comparou e mediu o seu sucesso com o dos outros?
  • Esquece das coisas que te faz vibrar?
  • Assumiu que você é impotente a toda e qualquer circunstância?
  • Projetou negativamente o que as pessoas pensam sobre você?
  • É excessivamente crítico a você mesmo e aos outros?
  • Se culpou “a vida inteira” por ter errado?
  • Esquece das pessoas que ama?
  • Ignorou as suas necessidades pessoais?
  • Mentalizou os piores cenários?
  • Sente ser vítima da vida?
  • Esquece da sua saúde?

Execução das funções diárias no automático

Autossabotagem e automatismoQuando estamos aprendendo a dirigir, ficamos atentos a tudo: ao pé, à mão, ao freio, ao volante, etc. Depois de um tempo, tudo isso é automático porque o inconsciente toma conta, porque já aprendeu, então simplesmente você faz sem consciência, não precisa mais pensar em dirigir, você simplesmente dirige.

Acontece o mesmo com a respiração. Nossos sistemas orgânicos internos aprendem e depois não precisamos pensar para respirar, simplesmente respiramos. No entanto, saber que você respira não é estar consciente da qualidade da sua respiração. Você pode respirar sem estar consciente o tempo todo dela.

Quero dizer com isso que você também pode fazer exatamente igual com os seus pensamentos, sentimentos, emoções e posturas na vida. Você pode não identificar qual a qualidade de seus pensamentos, não ter consciência das emoções que está sentindo, não perceber que tipos de comportamentos e fala acontece em seu agir. Eles simplesmente estão ali se repetindo, mas você não sabe como mudar e, quando viu, já repetiu e continua sofrendo.

Às vezes, acontecem fatos na vida que simplesmente não entendemos como pôde ter ocorrido, como chegamos até ali. Isso muitas vezes ocorre porque nós simplesmente tomamos as decisões baseadas nos aprendizados passados (automatismos), sem perceber.

Agimos de acordo com crenças e valores, e com percepções baseadas em atitudes que aprendemos por observação, por exemplo, de nossos pais. Estes dogmas e crenças limitantes têm, por princípio, a preservação e sustentação dessas sentenças proféticas, buscando pseudocertezas e ilusórias seguranças. Leia também o artigo Desapego do apego.

O inconsciente controla quase tudo o que fazemos

Pesquisas científicas através de estudos recentes de mapeamentos cerebrais, estimam que 90% de nossas decisões e ações passam por processos inconscientes e somente 10% são conscientes.

A influência do inconsciente pode ser imperceptível no cotidiano, mas é constante. Sem perceber, as decisões do nosso dia a dia são baseadas, na maior parte, pelo nosso inconsciente. Isso acontece o tempo todo, por isso chamamos de Matrix, que é como um sonho ilusório, onde você acha que está no controle, mas na verdade não está.

O inconsciente se encarrega de tudo o que fazemos sem esforço perceptível. Nós guardamos e usamos, sem saber, mais informações do que imaginamos. Somos como a memória de um computador, onde são armazenados arquivos de nossas ações, sentimentos e emoções, conscientes ou não.

Além de controlar nossas funções fisiológicas, como a respiração e batimento cardíaco, o inconsciente também oferta outras atividades como processar imagens, sons e sensações que influenciam diretamente em nossas ações, principalmente, as expressões não verbais como gestos, posturas, expressões e olhares.

“Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino…” Carl Jung

Caminhos para quebrar com a autossabotagem:

  • Investir em autoconhecimento;
  • Criar comprometimento interno e disciplina;
  • Aprenda a respirar e meditar;
  • Mantenha a atenção às crenças sabotadoras;
  • Desenvolva a autocompaixão – não a vitimização;
  • Torne-se consciente de suas verdades;
  • Mantenha o foco na simplicidade.

Da inconsciência para a consciência

Fica claro a importância de ampliar a percepção e conhecimento sobre o nosso inconsciente. Dessa forma, cria-se uma maior possibilidade de escapar das armadilhas dos pensamentos, crenças, posturas e memórias negativas de nossa vida.

Nos livremos da autossabotagem!

A partir daí, podemos nos apropriar da real liberdade de escolha: o livre-arbítrio.

Consciência é viver a vida com uma percepção ampliada do que é valor, do que é propósito, de quem realmente somos, mas sem a necessidade de se apegar à busca por resultados específicos. Veja o artigo Consciência.

Quanto maior a consciência e a qualidade de presença, maior será a des-identificação de medos e crenças limitantes que nos levam, na maioria das vezes, para padrões automatizados de autossabotagem.

Nossos medos

“Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida.

É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora. Nós nos perguntamos: quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso e fabuloso?

Na realidade, quem é você para não ser? Você é filho do Universo. Se fazer pequeno não ajuda o mundo. Não há iluminação em se encolher, para que os outros não se sintam inseguros quando estão perto de você.” Nelson Mandela

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