Com sua origem no idos dos anos 60, desenvolvida por Leonard Orr, o Renascimento é uma terapia simples e centrada que usa uma técnica particular de respiração circular e delicada, porém, muito profunda e eficaz.
Numa época cultural e social em que tanta gente usava e pesquisava alucinógenos para ampliação da consciência, um grupo de iogues e pesquisadores começaram a desenvolver práticas com respiração circular e conectada. O intuito era aprofundar o “despertar da consciência”, sem precisar do uso de drogas lisérgicas.
O Renascimento é uma forma de terapia complementar, um meio pelo qual você possa tomar maior consciência do que está se passando em sua vida, de modo que as escolhas que você faz sejam mais coerentes e focadas no que realmente é essencial, e menos ditadas por velhas crenças e eventos traumáticos do passado.
No Renascimento, a premissa básica é que todo pensamento é criativo. Caso haja uma identificação com ele, vem criando experiências de vida que você teve até agora, ou seja, o que quer que exista de forma tangível hoje, existiu primeiramente como um pensamento ontem. E que, se escolhermos pensamentos diferentes e novos, poderemos criar experiências de vida mais felizes e realizadoras.
Estes pensamentos “criadores” estão muitas vezes no nível subconsciente e não são claros no dia a dia. Muitas das escolhas automatizadas e condicionadas, vem de pensamentos arraigados em nossa estrutura mental já há muito tempo.
Além de ser uma forma de terapia muito simples e focada, com base na respiração e meditação, o Renascimento gera uma grande possibilidade de se criar cada vez mais aquilo que você quer viver em sua vida.
Foca no Foco
Tornar-se mais observador, ficar atento aos pensamentos, emoções e sensações e voltar-se para uma direção com mais fundamento no propósito é a premissa básica do Renascimento.
A fim de trazer foco e funcionalidade ao pensar e ultrapassar padrões e crenças limitantes, o Renascimento utiliza uma técnica específica de respiração e ritmo constante. A combinação destes dois princípios básicos (respiração e padrões de pensamento) são a essência do Renascimento.
Veja também: Crenças limitantes.
Como funciona o Rebirthing na prática?
Normalmente a primeira sessão de Renascimento começa com uma anamnese profunda. A intenção é trazer consciência à temas recorrentes da vida, as dificuldades nos relacionamentos, carreira, projeção social e também, trazer a clareza para sonhos e metas, padrões emocionais e comportamentais nocivos, etc.
Numa sessão de Renascimento, inspiramos e expiramos pela mesma via (nariz ou boca), ligando a inspiração e a expiração, sem pausas – o que chamamos de Respiração Circular.
Ajudamos a inspiração para que ela seja profunda e permitimos que a expiração seja solta e relaxada, sem interferências. É só isso que precisamos fazer, o “resto acontece.”
Após alguns minutos começamos a experimentar diversas sensações físicas, tais como alterações de temperatura corporal, formigamentos, pequenos espasmos, tremores prazerosos, etc. Também começam a surgir memórias, emoções, sensação de estar fora do corpo ou de reviver algo específico.
Os diferentes ambientes induzem a diferentes estados de relaxamento e percepção corporal, emocional e mental. Essa técnica não tem contraindicação e, portanto, se dirige a todos que queiram experimentar expansão, prazer e bem-estar, além de estados alterados de percepção e consciência.
Neste primeiro encontro já é interessante observar as crenças limitantes que impedem o indivíduo de acessar seus sonhos e propósitos essenciais, quais padrões de pensamentos estão enraizados e que impedem uma evolução no caminho.
Também a relação com o corpo físico, o “estar bem no corpo”, como a respiração atua e qual a qualidade dela. Como ela funciona, como está a troca de ar, qual a via de acesso, se é uma respiração profunda ou superficial, se é rápida ou lenta, se tem esforço ou flui, etc.
“Diga-me como respiras e dir-te-ei quem és…”
Memórias Emocionais
Durante uma sessão, existe a possibilidade de surgir muitas memórias esquecidas, emoções guardadas, sensações corporais intensas e expressões inconscientes. O corpo físico guarda demais estas memórias e traumas do passado e quando voltamos ao corpo e começamos a respirar profundamente, estas memórias podem começar a ser liberadas e integradas.
Estas memórias não são direcionadas para eventos específicos. O Renascimento não é uma regressão, não tem o propósito de olhar para o passado e revolver as questões. O que acontece e que, espontaneamente, muitas destas memórias são liberadas e o sistema de crenças condicionados vão sendo dissolvidos.
Uma destas memórias recorrentes é o nascimento e suas consequências.
“E o Senhor Deus criou o homem da poeira do chão…
E inspirou através de suas narinas o sopro da Vida…
E o homem se tornou alma viva!”
Genesis 2,7
O trauma do nascimento (mudança)
Para a maioria de nós, o nascimento foi um evento traumático. É uma das maiores experiências de mudança na vida. Experiências do desconhecido, do novo, do não-controle, do desapego.
Mesmo sob condições propícias, o bebê tem que passar de um ambiente silencioso, quente, úmido e conhecido, através de passagens muito estreitas e doloridas – e muitas vezes sendo puxado agressivamente – para um mundo frio, barulhento, invasivo e totalmente desconhecido.
Na primeira respiração nasal (o oxigênio que se movia através do cordão umbilical, se move para os pulmões), acontece o primeiro caminho para a liberdade. A liberdade do respirar independente da mãe.
Nesta passagem sagrada duas emoções primordiais regem o processo deste momento e da vida que segue: o medo e o amor.
A partir desta experiência significativa e transformadora e, principalmente, com a chegada do primeiro setênio (0 a 7 anos) podem vir muitas crenças limitantes sobre relacionamentos, o desconhecido, a mudança, o toque, o controle, o amor, etc. E estas crenças impedem a possibilidade da liberdade (livre arbítrio).
Veja artigo Liberdade e livre arbítrio.
Respiração Consciente
O primeiro hábito que foi criado na vida, foi o hábito de respirar. Todo condicionamento vem de uma condição criada anteriormente. Qual a qualidade deste hábito em sua vida?
A respiração simboliza a qualidade da relação, o “como” nos relacionamos com a gente mesmo, com os outros e com a vida.
Tudo o que vivemos se reflete na nossa respiração e, por isso, é muito frequente dizermos e escutarmos coisas como “estou com o peito apertado”, “tenho me sentido sufocado”, “não tenho tido tempo nem para respirar”, “preciso tirar umas férias para experimentar outros ares”, “estou sem inspiração”, etc.
Mesmo sem percebermos, falamos muito de respiração. Mas ainda respiramos pouco e mal. Isso pode ser fácil e rapidamente mudado. Da mesma forma que as tensões da vida afetam a nossa respiração, quando surgem desconfortos, desafios e problemas temos a tendência a restringir a respiração e encurtá-la.
Leia o artigo: Respiração e Consciência.
Os principais benefícios da Respiração Consciente são:
Na Bioquímica Corporal
- Diminuição da pressão arterial
- Alcalinização do sangue
- Redução dos níveis de cortisol, adrenalina e colesterol
- Fluidez das sinapses cerebrais
- Fortalecimento de todo o sistema imunológico
- Alívio de dores crônicas
- Ampliação da saúde em todo o sistema
Na Mente Emocional
- Redução da ansiedade e do stress
- Serenidade
- Desperta maior eficiência, criatividade e clareza mental
- Ampliação do estado de consciência e paz interior
- Elevação da autoestima
- Proporciona “qualidade de presença” e relaxamento
- Possibilita mais harmonia no viver e nos relacionamentos interpessoais
“Quando você muda sua Respiração, você muda seu Destino…”
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