Agora, mais do que nunca, é hora de aprendermos a aquietar…
Estamos passando por um momento muito peculiar em nossas vidas, totalmente fora dos padrões dos quais estamos condicionados a viver em nosso dia a dia. Devido à pandemia do coronavírus, de uma hora para outra, nos vimos em uma situação nunca antes vivida: o estado de alerta e atenção detalhada às questões primordiais da vida: saúde, relacionamentos, tempo, existência e propósitos.
O momento especial nos pede a ‘quarentena’ ou ‘isolamento’, mas podemos interpretar como ‘pausa’ ou ‘retiro’. Um retiro especial para refletirmos como vivemos nossas vidas, quais os valores e os propósitos primordiais.
Nós estamos, segundo a tradição católica, na época da ‘Quaresma’, onde Jesus ficou 40 dias no deserto jejuando, meditando, orando e refletindo sobre a existência.
Um tempo de preparação e mudança, que termina com o despertar Crístico, com a chegada da Páscoa- Passagem… e a Ressurreição.
Coincidência, não??
Uma oportunidade única e rara de percebemos que vivemos em uma ‘aldeia global’ e que temos a chance de mudar a relação com a vida e com a possibilidade maior de Ser um Humano Consciente.
Cuidar realmente de si e do que realmente importa (uma vida em comum-idade) pode ser uma grande oportunidade ao Despertar para uma verdadeira ‘Nova Era’. Essa Nova Era, começa em nós, ao abrirmos os olhos todas as manhãs e respirarmos um novo ar e sentirmos um novo momento…
Neste momento único, não somos forçados a ir para a guerra como nossos avôs e bisavôs, mas sim a aquietar e desacelerar o nosso dia a dia e perceber realmente o ‘como vivemos nossas vidas’. Uma oportunidade incrível!!
A responsabilidade compartilhada, a consciência de uma aldeia global – o pertencimento ao coletivo, a conexão com a ‘Mãe Terra’, a percepção que só temos neste momento: o momento presente – o Poder do Agora – são possibilidades de co-criarmos uma nova realidade.
“Vai existir isolamento, mas não precisa haver a solidão.
Vai existir medo, mas não precisa haver o pânico.
Vai existir algumas sensações de falta, mas não precisa haver a escassez.”
Já é mais que estudado em uma área especifica da medicina, a Psiconeuroimunologia. Esta área explica que existe uma profunda interação entre o sistema nervoso e o sistema imunológico, que a mente emocional e desequilibrada vai interferir na saúde e, principalmente, no sistema imunológico.
O stress, as tensões e inseguranças em relação ao desconhecido, gerando pânico, são situações comprovadas que acabam com a nossa vitalidade e o sistema imunológico.
O Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o país que mais tem ansiosos no planeta. Portanto, quando caminhamos numa obrigatoriedade em ‘não fazer’ existe uma grande possibilidade de gerar uma pandemia de medo, paranoia e ignorância.
Neste momento, as emoções podem transbordar e a ‘mente tagarela’ tem a tendência de estar bem presente, portanto, a desaceleração mental também é extremamente necessária. O ‘não fazer’ pode nos levar a um desconforto tremendo, pois a maioria de nós não consegue parar ou desacelerar, já que a atenção esteve sempre voltada ‘para fora’ e para o ‘tenho que…’
A incerteza, insegurança e impermanência, cada vez mais presentes em nossas vidas, estão nos ensinando que não temos o ‘controle’, nem temos o ‘poder’ de que seja do nosso jeito, estamos aprendendo que a vulnerabilidade e a impermanência são reais e que a vida é muito frágil e delicada.
Ao mesmo tempo, temos uma oportunidade incrível de voltar para o ‘Ser’, voltar a ter mais ‘tempo- templo‘, observar e refletir sobre esta tão sagrada existência, de testemunhar o que é valoroso nesta vida.
O que é valor?? Será somente uma questão financeira??
Nesta possibilidade de ‘Nova Era’ dentro de nós, podemos refletir o que realmente nos faz falta de verdade, o que realmente queremos importar??
Uma das definições de ‘Fé’ no Budismo:
“Fé é a capacidade de perceber o que é valoroso em sua vida.
O que é valor para você?
Como anda sua Fé?”
Aproveite este momento especial de pausa e isolamento para refletir sobre estes temas e ‘re-significar’ a sua existência e propósitos.
“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens e, sim, em ter novos olhos.”- Marcel Proust
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