Pertencimento a quem ou ao quê?

Pertencimento a quem ou ao quê?

Pertencimento a quem ou ao quê?

Você se sente pertencente?

Inadequação, desconexão, isolamento, tristeza, angústia, solidão, carência, vazio. Todos estes sintomas podem vir de uma grande sensação de não pertencimento, ou, de não conexão com algo que traga um sentindo maior, sejam: pessoas, grupos, tribos, empresas, religiões, times, equipes, partidos, país, natureza, planeta, e etc. 

E, principalmente, a maior causa é quando não nos sentimos pertencentes a nós mesmos, o que sinaliza a desconexão consigo próprio: com o corpo físico, a mente, as emoções e, por consequência, resulta em uma grande sensação de distanciamento e separação do mundo exterior e das relações interpessoais. 

Começamos a nossa existência pertencentes a uma mãe, a uma família, a um clã. Nos conectamos profundamente ao sistema familiar e, até a entrada da adolescência, vamos descobrindo, sentindo e decodificando o quanto nos sentimos pertencentes aquele sistema. E, sem dúvida, muitas de nossas crenças de inadequação, não pertencimento, separação, exclusão e desconexão tem origens nesta fase de vida. 

Pertencimento a quem ou ao quê?Se estamos seguros de nosso pertencimento (se fomos acolhidos), seguimos também seguros no mundo que se abre. Mas, caso contrário, se não houve o sentimento do pertencimento familiar, isto pode resultar sempre na tendência e crença limitante de que algo está faltando, incompleto, insatisfeito. 

A sensação de estar desconectado, de não fazer parte, de não pertencer a nada, pode ser uma das maiores fontes de sofrimento emocional na atualidade. E, é fato, que o ato de pertencer é uma das principais necessidades do Ser. 

À medida que vamos nos sentimos pertencentes, vamos saindo da ilusão da separação e naturalmente ocorre uma ampliação dos afetos: o cuidar, o escutar, o respeito, os valores, o carinho, a amizade, a paz, a compaixão, a alegria, o amor. 

A sensação e a vivência do pertencimento levam o indivíduo a se “enraizar”, a criar sentido para a vida, criar conexões e propósitos maiores com outras pessoas e, a partir desta “nutrição”, vai criando sua identidade. 

Quanto mais nos sentirmos “pertencentes” a algo, maior será a possibilidade de trazermos a consciência à nossa realidade. Pergunte-se sempre: “Qual é o lugar que nos encontramos na jornada desta vida? O que sentimos? O que queremos viver e, principalmente, quem somos? 

Esta frase abaixo ressoa para você? 

Há uma necessidade de pertencer a mim, com a pessoa que eu sou, restabelecer os sentidos reais e o amor-próprio para também poder estar vinculado(a) a algo ou a alguém.

Se auto pertencer para se sentir pertencido…   

O sentimento de pertencimento tem uma origem comum que une distintas pessoas. Os indivíduos pensam e se sentem como membros de uma coletividade do qual a mesma expresse: valores, crenças, medos, desejos e propósitos em comum. 

A necessidade de pertencer foi definida pelo psicólogo americano, Abraham Maslow. Ele acreditava que as pessoas eram seres sociais e que tinham necessidades fundamentais de pertencerem a grupos, amarem os outros e a serem amados. 

Ele afirmou ainda que se as pessoas não puderem atender a essa necessidade de pertencer, a autoestima delas não seria capaz de ser nutrida. Em outras palavras, sem ser aceito como parte do grupo ou pelos outros, a autoestima não se desenvolve adequadamente. 

A conexão humana- o pertencer

Maslow liderou o movimento da psicologia humanista. Ele argumentou que as necessidades de crescimento e felicidade individuais não podem ser supridas sem primeiro satisfazermos as necessidades mais básicas das conexões humanas. Sem laços de amor e carinho com os outros, argumentou, não conseguimos alcançar o nosso pleno potencial como seres humanos. 

Ele definiu o ato de pertencer como a sensação de ser um “humano entre seres humanos”, o que nos faz sentir uma conexão com outras pessoas. Ele constatou que uma das principais causas dos problemas de saúde mental foi a falta de pertencimento ou a percepção de que estamos afastados de nossos semelhantes. 

Eu te reconheço e estou aqui!

Sawu Bona

Pertencimento a quem ou ao quê?
[Saudação da tribo Zulu que demonstra a consciência de inclusão e pertencimento social.]

Isolamento social – cancelamento social

A solidão decorre do sentimento de que não pertencemos ou não estamos na presença de semelhantes com propósitos em comum. Se você estiver numa festa grande, e se não conseguir se encaixar, é muito provável que ainda se sinta sozinho e excluído. A solidão vem desse sentimento de desconexão com os outros, mesmo que estejam apenas a algumas polegadas de distância de nós.  

Muitas vezes, em função de inadequação e de desconexão interna, tendemos a criar resistências de contato e intimidade e o julgamento surge impiedosamente. Assim, nos auto-cancelamos de situações, relações, grupos ou também o oposto, tendemos a cancelar cruelmente situações, pessoas ou grupos que geram algum tipo de desconforto e desconexão conosco. 

E quando falta o acolhimento que realmente gostaríamos de ter?

Pertencimento a quem ou ao quê?Sem dúvida, é maravilhoso quando conseguimos que a nossa necessidade de pertencer seja atendida pelos nossos entes queridos, parceiros(as), amigos, redes de apoios, sociedade, etc. Mas se você é alguém que tem dificuldade em manter boas relações, em se permitir a vulnerabilidade e espontaneidade, esse tipo de apoio social pode estar faltando em sua vida. 

E até na melhor das circunstâncias, nem sempre as outras pessoas e grupos são capazes de nos fazer sentir que pertencemos e somos aceitos. E, enquanto sustentarmos nossas crenças limitantes, sempre poderá estar faltando algo e que gera uma sensação de separação, onde o julgamento e a crítica constante impedem a conexão e o “pertencer”. 

Também podemos ter vergonha de admitir, para aqueles que amamos, o nosso sentimento de inadequação e dificuldades maiores, por medo de que não nos aceitem mais, se souberem como realmente estamos. E então, nos escondemos das pessoas importantes de nossa vida e reprimimos o que estamos realmente vivendo e sentido e, desta forma, estamos nos afastando de pertencer à nossa essência verdadeira. 

Pertencendo à realidade presente como ela está…

Se pertencermos à realidade como está, aceitarmos e vivermos plenamente o momento presente, já acontece naturalmente a conexão e o pertencimento ao “agora”. Este caminho da vulnerabilidade nos propicia despertar sentimentos mais profundos que nos fazem sentir mais pertencentes e realizadores nesta existência. 

Se, por exemplo, nos descobríssemos com um diagnóstico de câncer em altíssimo grau, sem dúvida, teremos dores e desconfortos muito profundos em vários níveis e, possivelmente, seria de grande valia desenvolvermos a qualidade do pertencimento, em participar, com grupos de apoio às vítimas de câncer, por exemplo.  

Uma das principais razões da eficácia dos grupos de apoio é que seus membros se sentem mais pertencentes em momentos desafiadores da vida e podem compartilhar seus anseios, medos e dores com pessoas afins. A necessidade de pertencer, portanto, é fundamental para a saúde física, mental e emocional. 

Pertencimento não é posse!
Pertencimento é compartilhar propósitos e afinidades em comum. 

Como se sentir pertencente?

O sentimento de pertencimento começa quando conseguimos desenvolver esse sentido de existência em nós mesmos (a presença). A experiência de sentir acompanhado por si, dará a chance de se desenvolver também para o autoconhecimento e a consciência da humanidade, explorando e permitindo a conexão mais verdadeira com sentimentos, emoções e sensações profundas.  

Dessa forma, natural e organicamente, iremos nos conectar com pessoas, projetos e redes das quais sentimos afinidades e propósitos em comum, despertando para uma vida mais conectada, compartilhada e realizada no âmbito também das relações interpessoais. 

Pertença, primeiramente, a quem você realmente é, e a partir deste
auto acolhimento, tudo virá e se integrará…. 

Confie no mistério da existência!

Fontes:
https://psicoativo.com/2015/12/necessidade-de-pertencimento-maslow.html
https://taniaosanipsicologia.com.br/blog/voce-ja-sentiu-que-nao-se-encaixa-no-mundo/ 

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